FASES DA COMUNICAÇÃO


Fases da Comunicação
Segundo Jean Cloutier (citado por Vaz-Freixo) a Comunicação é um processo Evolutivo e Cumulativo onde cada novo meio se junta aos outros e os emergentes complementam os já existentes. Cloutier identifica quatro estádios distintos na evolução da comunicação. Tal como refere Vaz-Freixo (2006, p.25), <<estas fases embora desfasadas durante o seu processo de evolução, apresentam-se sobrepostas para o homem contemporâneo>>. Cada uma destas fases se caracteriza pela utilização de novas formas de comunicação e contribuem para a transformação da sociedade e consequentemente para o surgimento de uma nova forma de comunicação.

Primeira Fase:

“Comunicação interpessoal” é também conhecido como o das linguagens de exteriorização, isto porque durante esta fase o homem era o único medium de comunicação. Tem no seu corpo a única forma de se expressar, de exteriorizar as suas ideias, desejos e necessidades usando para isso os gestos associados à articulação de sons tentando formar palavras que lhe permitissem comunicar.



[Fonte: Google, 2011]

Principais Características:
Nesta fase, os ensinamentos processam-se de pai para filho, do mais velho para o mais novo, do patriarca para outros elementos do clã. É um ensino cumulativo e evolutivo.


Principais Limitações:
O alcance da comunicação neste período é limitado à capacidade auditiva e visual do homem estando dessa forma limitado a um determinado espaço.   <<A duração da comunicação do homem é extremamente limitada, confinando-se ao momento em que é produzida.>> (Vaz-Freixo: 2006, p.27).
Uma forma de contornar este problema passava pela delegação da sua comunicação a outros homens, os mensageiros, cuja principal função consistia em transmitir as mensagens que lhes haviam sido entregues.

Segunda Fase:
“Comunicação de elite” e é caracterizado pelas linguagens de transposição. Neste período o homem transpõe o seu pensamento para esquemas, gráficos e desenhos. Surge a actividade pictográfica cujos registos perduram até à actualidade com as pinturas e gravuras do paleolítico (homo pictor). Posteriormente os pictogramas progridem para os ideogramas, onde as ideias abstractas passam a estar associadas a objectos.

 
    [Fonte: modernidadeartes, 2011]              [Fonte: histoblogsu, 2011]
As mensagens começam a ser registadas, primeiro em placa de argila, mais tarde em manuscritos e a após um longo percurso, em papel.

Esta competência de registo – a escrita - é um conhecimento especializado, com regras que não são acessíveis a todos. Isto conduz à formação de uma elite (os escribas). Assim, o ensino que se processava de pai para filho, de geração em geração, transforma-se num assunto de especialistas.
Neste período surge a escola como organização e sistema, aqui reflecte-se a divisão social – de um lado, o mestre que tudo sabe, de um outro, o aluno que nada sabe, uma folha em branco aonde vão sendo despejados os ensinamentos.
O acumular de conhecimentos ao longo dos séculos conduziu ao aparecimento do livro. Um trabalho artístico que não estava ao alcance de todos.  

[Fonte: Artigonal, 2011]

Com o aparecimento da indústria o livro passou a ser consumido em larga escala e acessível a todas as classes sociais. Os processos que tornaram possível esta produção em série devem-se a um único homem: Johannes Gutenberg, o inventor da impressão por caracteres móveis, o criador da imprensa. Um marco que marcou o início de uma nova fase para o desenvolvimento da humanidade.

  
[Fonte: Lishbuna, 2011]                          [Fonte: webpholio, 2011]


Terceira Fase:
A terceira fase, a fase da comunicação de massas, surge com o aparecimento e implantação da imprensa e culmina com o satélite, com efeito, a este propósito, Vaz-Freixo (2006), refere que a «literatura, a pintura e o teatro “saíram” finalmente para a rua». A escrita e a imagem ganham ampla divulgação junto das massas populares. O século XIX vê nascer o cartaz. A imagem começou a integrar os manuais escolares e os livros.
5 formas marcaram a evolução na comunicação de massas:
  • O nascimento da fotografia
  • A imagem animada (Cinema)
  • A radiodifusão
  • A televisão
  • Media individuais

A fotografia permite parar o tempo, recordar os momentos mais bonitos da nossa vida, captar as imagens do mundo que nos rodeia e ilustrar os sentimentos de um momento em particular. A fotografia vai traduzir a emoção do momento único vivenciado em imagem.


[Fonte: pin-ups, 2011]

As famosas fotografias das “pin-ups” eram imagens sensuais produzidas em grande escala que exerceram um forte atractivo na cultura pop, estes posters foram produzidos em massa e estavam omnipresente nos armários dos soldados norte-americanos durante a Segunda Guerra Mundial.


 
[Fonte: polodefotografia, 2011]

Refere Vaz-Freixo (2006, p.33-35) que «o ser humano teve sempre necessidade de reproduzir o real e deixar uma marca do seu pensamento para se libertar do esquecimento e da morte. Refere ainda que «A fotografia trouxe consigo a aura da veracidade e o seu aparecimento contribui directamente para que todos os segmentos artísticos, literários e intelectuais passassem por uma profunda reflexão, evidenciando um dado importante que até aquele momento permanecera intacto: a concepção que o homem tinha de si próprio».
Fotografar é uma forma de expressão, fotografar é um modo de observar o passado, pois a fotografia cristaliza e regista o momento histórico, a comunicação e a informação.



Quarta Fase:
A fase da comunicação individual, começou ainda durante o apogeu da comunicação de massas, aparece porque o homem passa a ter acesso a todo o conhecimento e a poder exprimir-se através dos self-media. Refere-se Cloutier a esta fase, este episódio, da vida do homem enquanto Emissor e Receptor, visto que este tem agora à sua disposição uma imensidade de meios de comunicação, tanto para emitir como para receber. 
Assim sendo, nós próprios somos ponto de partida e de chegada da nossa própria comunicação.

[Fonte: media, 2011]




O aparecimento da fotografia, da imagem animada, da radiodifusão, da televisão e do cinema, «(…) possibilita a todos o acesso à gravação de sons e imagens, fornecendo ao homem novas linguagens, as “linguagens de registo”, e novos media – os media individuais ou self-media, transformando, assim, a comunicação numa “comunicação individual”» (Vaz-Freixo, p. 44): «O homem é o ponto de partida e o ponto de chegada da comunicação. Já não é apenas informado, ele próprio informa e se informa num processo continuado» (Vaz-Freixo, p. 47).


[Fonte: media: 2011]

A partir da leitura deste capítulo, tomámos consciência que o homem decide se quer ou não estar informado. Uma vez que, com o aparecimento de meios técnicos e tecnológicos, o homem teve a possibilidade de expandir o seu modo de comunicar e deixar registados os diferentes momentos, em meios ou suportes que lhe possibilitam um acesso mais rápido

4 comentários:

António Pedro Magalhães disse...

Na passagem da linguagem de exteriorização até à linguagem de registo, além do factor de evolução, também se dá o factor cumulativo, i.e., o Homem fica mais rico porque agrega os saberes das várias linguagens.

Ana Machado disse...

A rádio constituiu a primeira comunicação de massas. Actualmente este meio de comunicação está em transformação, uma vez que já não necessitamos de ter um rádio "físico" para ouvir, pois conseguimo-lo pelo telemóvel e pela internet. A rádio é provavelmente, o mais interactivo de todos os meios de comunicação, pois há grande interactividade do público com a rádio, uma vez que os receptores tornam-se emissores pelo telefone e são, assim, cada vez mais participativos no processo de comunicação.

Ana Machado disse...

Desde sempre a comunicação teve um papel fundamental no desenvolvimento humano. Nos nossos dias, telefone, internet, televisão, rádio são alguns dos sistemas de comunicações que todos utilizamos para comunicar. Na circulação da informação o que é verdadeiramente importante é que ela seja transportada de forma segura, rápida e sem erros. Computadores e muitas outras máquinas conseguem em fracções de segundos comunicar entre si a distâncias intercontinentais.

Ana Machado disse...

A televisão não exerce um papel determinante na formação do sujeito como veículo de informação e comunicação, mas pode influenciar no processo educacional pelos seus conteúdos. A televisão chega a um número significativo de pessoas, ela junta o poder da imagem com o poder das palavras e assim consegue transmitir a informação com mais impacto. No mundo contemporâneo, temos que ser alfabetizados verbal e visualmente, pois os meios de comunicação social transmitem informações através das imagens e com isso há necessidade de tornarmo-nos críticos das imagens que vemos diariamente.

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